Bandeiras tarifárias e crise hídrica
Nas últimas semanas, você deve ter visto algumas notícias falando sobre o reajuste na conta de luz, né? Termos como “bandeira tarifária“, “bandeira vermelha“, “bandeira vermelha 2″, “crise hídrica“… o que é isso tudo, afinal de contas? Calha explicarmos essas terminologias e entender como elas estão relacionadas. Bem, para começo de conversa, o sistema de bandeiras tarifárias é relativamente novo — ele foi criado em 2015 para ajudar a sinalizar o custo da geração de energia e o seu repasse às contas de luz da população. Cada bandeira representa as condições nas quais a geração de energia está, de favorável a desfavorável, o que envolve usinas hidrelétricas e termelétricas, por exemplo. Há três bandeiras:
Verde: Representa condições favoráveis de geração de energia. Isso quer dizer que os reservatórios de água das usinas hidrelétricas estão cheios, assim, elas conseguem funcionar com o máximo de eficiência. A tarifa, neste caso, permanece em valores normais; Amarela: Demonstra condições menos favoráveis, como, por exemplo, reservatórios mais vazios, prejudicando a eficiência das usinas, mas ainda conseguindo abastecer a população. Nesse caso, a tarifa sobe o valor das contas de luz, a uma taxa de R$ 1,874 a cada 100 kWh consumidos; Vermelha: Neste caso, as hidrelétricas já não dão conta da produção de energia, e as termelétricas têm de ser ligadas para suprir essa falta. Na bandeira vermelha de patamar 1, a conta de luz aumenta em R$ 3,971 a cada 100 kWh; já na bandeira vermelha de patamar 2, nível mais alto, o aumento é de R$ 9,492 a cada 100 kWh.
O último reajuste nos valores foi realizado em junho pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e passou a valer no último mês de julho. A alta foi de 52%, sendo que a bandeira vermelha 2 estava a R$ 6,24 anteriormente. No momento, estamos justamente em bandeira vermelha 2, com previsão de continuar neste nível até o mês de novembro. Ainda em junho, Bento Albuquerque, o ministro de Minas e Energia, fez um pronunciamento onde afirmava que o país vivia uma crise hídrica, pedindo um consumo consciente e responsável da parte da população. A crise hídrica, de fato, é a pior dos últimos 91 anos. Os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste brasileiro estavam com uma média de armazenamento de 25,97% ao fim de julho, sem perspectiva de chuvas fortes para melhorar este abastecimento até a metade de outubro, pelo menos. Estas regiões, combinadas, representam cerca de 70% da capacidade de geração de energia do Brasil. Isso faz com que as usinas termelétricas tenham de ser ligadas para garantir um fornecimento estável de energia. Já que são mais caras e poluem mais, estas usinas aumentam o custo da geração de energia — estimativas chegam a até R$ 9 bilhões. Esse repasse cai na conta de luz dos brasileiros via bandeira tarifária. O impacto médio desse aumento na conta de luz é de cerca de 4,9%, enquanto a bandeira vermelha 2 estiver vigorando. Uma alta dessa magnitude aumenta a inflação em cerca de 0,2%. Isso, em conjunto com um frio intenso proveniente de uma massa polar que veio até o centro-sul do país — fazendo nevar em diversas cidades do sul e prometendo neve até para o Rio de Janeiro, mas ainda não cumprindo —, tem populado as preocupações das cabeças de milhões de brasileiros. Como se aquecer em casa sem estourar a conta de luz? Bem, aqui no site, auxiliamos como podemos, e vamos te dar algumas dicas preciosas de economia de energia elétrica para diminuir a conta de luz no inverno.
Como economizar na conta de luz?
Agora chega a parte boa — a de dar algumas instruções pra você fazer aquela economia de energia elétrica! Lembrando que elas não servem só para o inverno, mas também podem ser aplicadas em qualquer momento do ano. Não faz mal otimizar o uso de energia em casa a longo prazo, né? Sem mais delongas, vamos à lista.
Iluminação: Lâmpadas e luz natural
Primeiramente, quando falamos de luz, uma das coisas que imediatamente vêm à mente são as lâmpadas, não é? Para otimizar o uso delas, lembre-se de que a luz solar é a fonte de iluminação que mais usamos no dia-a-dia. Use-a! Aproveite essa luz natural o máximo possível, abrindo suas janelas e cortinas durante o dia e evitando ligar lâmpadas em dias ensolarados. Na hora de escolher uma tinta para pintar seus cômodos, também calha escolher cores mais claras — elas vão refletir melhor a luz e deixar o ambiento interno da casa mais iluminado. Também procure trocar qualquer lâmpada incandescente por uma fluorescente ou, se puder, de LED. As lâmpadas LED gastam até 80% menos de energia do que as comuns.
Standby
Sabe aquela luzinha vermelha ou branca que fica acesa em alguns aparelhos quando você não está os usando? Pois é, ele é o standby, ou “modo espera”, que garante que você ligue rapidamente o dispositivo. Apesar de prático, não se engane — esse modo continua gastando energia e economiza, no máximo, alguns segundos até você ligá-los na tomada novamente. Será que eles valem o valor extra? Para economizar na conta de luz, tire tudo que não estiver usando da tomada. Vai por mim.
Computador e TVs
Embora óbvias, as dicas para os eletrônicos que são os provavelmente mais utilizados ainda valem: procure desligar a TV quando ninguém estiver assistindo, e também o computador — nesse caso, se não for usá-lo por duas horas ou mais, convém deixar o aparelho descansando um pouquinho. Além disso, a partir de 15 minutos sem usar o PC, é bom desligar pelo menos o monitor. É possível até mesmo automatizar o processo indo nas configurações de energia. Para quem dorme vendo TV, a dica é usar o timer, função de desligamento automático, que obedece ao tempo estipulado por você e se desliga sozinha.
Chuveiro elétrico
Para não gastar muita energia no banho, a dica clara é ficar o menor tempo possível sob o chuveiro. Além disso, tente se programar para tomar banho nas horas mais quentes do dia, se possível apenas no modo “verão” do chuveiro elétrico, que gasta até 40% menos energia do que o modo “inverno”. Desligar o aparelho enquanto está passando sabonete no corpo também ajuda a diminuir a quantidade de água e energia gastas. Se puder, invista em aquecimento solar para sua casa — isso eliminará o gasto com energia elétrica, pelo menos quando o dia está ensolarado. Além disso, não economize tentando reaproveitar a resistência com remendos! Além de gastar mais energia, ainda é perigoso. Troque imediatamente ao sinal de problemas.
Geladeira
Não abra a porta da geladeira sem necessidade — pense bem no que irá tirar do eletrodoméstico primeiro. Também procure guardar tudo de uma vez ao devolver os alimentos, e evite colocar qualquer coisa ainda quente na geladeira, pois o motor terá de trabalhar mais para resfriar o item. Também é bom reduzir a potência do aparelho no inverno, já que a temperatura externa já é menor naturalmente. Calha verificar se a vedação da porta está boa (um bom exemplo é ver se ela consegue segurar uma folha de papel entre a porta e a estrutura). Não é bom usar a parte de trás da geladeira para secar panos e roupas, e também é bom evitar forrar as prateleiras do aparelho ou colocar prateleiras de vidro ou plástico, que consomem mais energia. Outra coisa a se ter em mente é preferir instalar o eletrodoméstico longe de fontes de calor, como fornos ou fogões, e longe de paredes ou locais com grande incidência (direta) de raios solares.
Ferro de passar
Espere acumular uma grande quantidade de roupas, para ligar o ferro elétrico uma vez só — ligar e desligar o aparelho várias vezes no dia ou semana gasta mais energia. Comece a passar as roupas que requerem temperaturas mais baixas primeiro, seguindo a indicação para cada tipo de tecido. Procure passar as roupas mais leves com o ferro desligado, e desligue o aparelho se não for utilizar (mesmo que por pouco tempo).
Máquina de lavar
Quando for utilizar a máquina de lavar ou secar, use-a sempre na capacidade máxima, otimizando o uso. Atenção para a quantidade de sabão utilizado, caso contrário você pode acabar tendo que lavar as roupas novamente, e isso obviamente irá gastar muita energia. Algumas máquinas têm função de água aquecida — evite utilizar esse modo se quiser economizar na conta de luz.
Ar-condicionado e aquecedor
Você dificilmente irá utilizar o ar-condicionado no inverno — a menos que ele tenha uma função para aquecer que possa ser utilizada no clima frio. De qualquer forma, a recomendação é a mesma: quando ligar o aparelho (ou o aquecedor), feche as portas e janelas, assim, a energia necessária para deixar o ambiente na temperatura que você deseja será menor. É ideal que o ambiente também seja bem vedado, pelos mesmos motivos, e calha limpar os filtros do aparelho com certa frequência, o que melhora a circulação do ar e ajuda a consumir menos energia. Além do mais, evite deixar o eletrodoméstico ligado por muito tempo — vários tem função timer, como as TVs, para você não se perder no tempo de utilização.
Carregador
Depois de carregar o seu celular ou outro equipamento que utilize bateria, procure tirá-lo da tomada e só colocar novamente quando necessário. Além de economizar na conta de luz, isso te livra de acidentes domésticos — algum superaquecimento pode acabar tendo consequências sérias. Alternativamente, você pode adquirir um carregador portátil para o seu celular, para o caso de ficar com medo de estar sem bateria — é claro que, dentro de casa, isso não é um problema tão grande, mas fica a dica mesmo assim.
Eficiência dos aparelhos
Um elemento para se considerar é a eficácia dos eletrodomésticos da casa. Aparelhos mais antigos gastam mais energia, então, caso possa, tente procurar modelos mais modernos e eficientes — no caso dos produtos nacionais, fique de olho no selo PROCEL, que indica a eficiência energética, e nos internacionais importados, Energy Star. O selo A é o mais indicado.
Fiação
Verifique os fios elétricos da casa periodicamente — fios desencapados ou expostos, além de perigosos, podem estar representando uma fuga de energia, aumentando o valor da sua conta de luz, e é sempre bom identificar e dar cabo desses problemas quanto antes.
Chave geral
Se você vai viajar ou se ausentar de caso por um período mais longo de tempo, considere desligar a chave geral — é claro, você vai precisar tirar toda a comida da geladeira (só não vá consumir tudo de uma vez!), mas isso pode te ajudar a economizar na conta de luz, por exemplo, ao se livrar de qualquer valor extra gerado por standby caso esqueça algum aparelho na tomada.
Horário de uso
É claro que, em meio a uma pandemia e com uma grande parte da população ainda não vacinada, não podemos nos dar ao luxo de simplesmente sair de casa, mas tente planejar momentos em que não está usando aparelhos elétricos para horários de pico de consumo, sendo no início da noite, de segunda a sexta-feira, e, no período do verão, no início da tarde, devido ao calor e ao uso do ar-condicionado. Você pode pegar um livro, ou praticar aquele hobby que não envolve tecnologia nesse horário.
Casa conectada
Uma das coisas que pode demandar mais esforço, mas que vale muito a pena no longo prazo é montar uma casa conectada — que ainda tem o benefício de facilitar e otimizar atividades diárias. Basicamente, o que se pode fazer é comprar eletrodomésticos smart, como a Geladeira French Door 525L ou a máquina de lavar VC4, ambas da LG, que te permitem controlá-los remotamente, e fazer a festa. Isso pode ser feito pelo celular, via o aplicativo LG ThinQ, mas você pode automatizar tudo isso ainda mais com uma TV que possua ThinQ, como a LG 4K OLED65CX ou a LG Nanocell 4K NANO79, que juntam eletrodomésticos inteligentes numa forma de hub, te permitindo controlá-los na tela, via controle remoto. É claro, estamos dando dicas do ecossistema da LG, mas a maior parte das TVs e eletrodomésticos que possuem funções de controle via aplicativo conseguem se conectar e serem controlados mesmo sendo de outras marcas, então não é preciso se preocupar tanto com isso (embora ter um ecossistema da mesma fabricante evite problemas de integração inesperados). Lembrando que até mesmo lâmpadas smart, como a Philips Hue, podem ser controladas dessa maneira, e tanto elas quanto eletrodomésticos em geral podem ser programados para desligar ou executar funções em horários nos quais você não está em casa, ajudando na economia de energia elétrica e, de quebra, facilitando a sua vida. Dicas de produtos incluem a TV TCL 50P715, por exemplo, e, para integrar tudo, você pode utilizar a Alexa ou o Google Nest também, por exemplo. Aqui no Showmetech, nós temos inúmeros posts falando sobre tecnologias de casa conectada, então confira todos os que puder antes de começar a montar a sua — um dos mais recentes fala do Kit Smart Home Geonav, por exemplo. Gostou das dicas e de saber um pouco mais sobre como funciona o sistema de bandeiras tarifárias? Continue de olho aqui no Showmetech para se manter bem informado, como sempre! Fontes: R7 | G1 | Copel | Aneel 1 | 2 | O Globo Também publicamos um vídeo no nosso canal do YouTube falando sobre o quanto cada console das maiores marcas representa na sua conta de luz, então dá uma olhada: