ATENÇÃO: Contém spoilers de O Senhor dos Anéis: Anéis de Poder

Relembre o episódio anterior

Após batalhas sangrentas, grandes perdas de vidas por parte da aliança humana com Galadriel e Numenorianos e o sucesso da operação de Adar nas Terras do Sul, o 6º episódio, chamado “O olho“, lida com a perda e o luto. Vemos a dor da derrota, principalmente em Galadriel, que vê o seu objetivo de vida e de luta por séculos terminando em um fracasso retumbante. Além disso, temos a confirmação: as Terras do Sul são renomeadas e conhecidas a partir de então como Mordor, mais uma grande derrota humana. A perda também pode ser vista através dos elfos, que têm seu pedido de ajuda aos anões para mineração de Mithril negado pelo Rei Durin. O príncipe Durin acaba brigando com seu pai por acreditar que sua negativa nessa empreitada é uma forma de ir contra o progresso e o futuro de sua raça, o que faz com que o Rei o destitua do título de príncipe. No fim, vemos que o Rei tem razão, nas profundezas das minas de Mithril encontramos um Balrog, provavelmente o que vemos no primeiro filme da trilogia Senhor dos Anéis.

8º episódio: escolhas e como elas podem mudar nosso destino

A grande temática deste episódio final e, de um modo mais amplo, da série do Senhor dos Anéis também, é sobre escolhas. Nos livros e filmes originais, somos apresentados a personagens que, em momentos derradeiros, eles nos surpreendem por escolhas que subvertem as expectativas. Um exemplo disso é Boromir, que era contra a missão de entrar sorrateiramente em Mordor para destruir o anel devido ao perigo da missão e até mesmo é atraído para roubar o anel para si, mas se sacrifica para salvar Frodo, a quem sempre demonstrou desconfiança e um certo desdém. Na season finale, vemos como as escolhas dos personagens podem alterar completamente o destino deles e do mundo ao redor.

O Estranho é Sauron?!

O episódio começa acompanhando o Estranho em sua busca por sua identidade, sendo caçado pelo grupo de figuras ainda misteriosas que atacara os Pés-peludos à procura dele. Quando elas o alcançam, revelam algo surpreendente para todos: Estranho é, na verdade, Sauron. A partir de então, elas começam a fazer um ritual para recuperar a memória que ele perdera quando foi “expulso” (apesar de não explicarem direito por quem ou como), só que não contavam com a insistência dos pequenos amigos do Estranho, que as interrompem com pedradas. As sacerdotisas então passam a atacar os Pés-peludos e ferem mortalmente Sadoc, o ancião, mas Nori consegue tomar o cajado mágico de Dweller e passa a pedir a ajuda do Estranho, que já aceitara ser uma pessoa ruim e que a garota não deveria se envolver com ele. Nori então insiste e diz que nós somos aquilo que escolhemos fazer, o que consegue convencê-lo e o vemos usar sua magia contra suas perseguidoras. Com um raio de luz branca, ele revela a verdadeira forma delas, muito semelhante ao que vemos nos Nazgûl, seguidores de Sauron, na trilogia Senhor dos Anéis: fórmas etéreas brancas em um plano diferente do mundo visível por todos. É revelado que o Estranho não é o Senhor das Trevas Sauron, mas sim um Istar: o Estranho é um mago! Ele então as derrota, transformando-as em borboletas ou mariposas, dissipadas no ar, um tipo de magia que já vimos ser usada por um mago em específico. Após nos despedirmos dolorosamente de Sadoc, somos levados de volta ao acampamento dos Pés-peludos e vemos o Estranho falar a Nori que irá em uma jornada para Rhûn, lugar que a Dweller disse ser sua origem após ver o mapa que ele carrega. A garota diz inicialmente que estava cansada de aventuras, mas após sua família lhe incentivar a ir junto do amigo, a garota decide acompanhá-lo. Neste momento, temos mais uma indicação de quem deve ser o Estranho: ao decidir qual deve ser a direção a ser tomada para começar a nova aventura, o mago diz que, quando se está em dúvida, devemos sempre seguir nosso nariz. Esta frase é importante porque é uma frase já dita na trilogia original por ninguém menos que Gandalf! Sim, provavelmente estamos vendo como Gandalf, o Cinzento surgiu na Terra-Média.

As escolhas de Galadriel

O outro foco do episódio é o núcleo dos elfos, com a chegada de Galadriel a Valinor, sua terra de origem. Após cavalgar por 6 dias sem descanso, ela chega com um convalescente Halbrand e é recebida pelo Rei Gil-galad, nada feliz com a sua chegada, e seu amigo Elrond. Após o seu companheiro ser levado para ser atendido por médicos, ela recebe informações sobre o que acontecera desde sua partida. Vemos que Gil-galad não acredita que exista salvação para Valinor, nem mesmo com o Mithril, e começa a planejar o êxodo de seu povo, mas é convencido por Elrond a dar uma chance a Celebrimbor e sua capacidade de criar uma solução para o problema. Com um material desconhecido e em pouca quantidade em mãos, o artesão élfico viu todas as tentativas de criação com Mithril frustradas. Nesse momento, um Halbrand já muito mais saudável começa a trabalhar com Celebrimbor, por quem revela ter uma grande admiração. Em uma dessas interações, vemos ele sugerir a mistura do metal com outros para formar uma liga metálica e aumentar a sua quantidade. Ele então diz para o elfo considerar aquilo um presente e isso vai se revelar importante mais adiante. Ao ver a interação entre os dois, Galadriel pede que busquem em segredo a linhagem de reis das Terras do Sul. Quando a elfa recebe o pergaminho com a linhagem, ela confronta Halbrand: a linhagem de reis fora quebrada há milênios. Então quem é Halbrand afinal? Quem apostou em Sauron, o Senhor dos Presentes (eu falei que o presente era importante) ou das Trevas, acertou. É aí que somos levados ao ponto principal do episódio, trazido pelo próprio Sauron para Galadriel: as escolhas dela o trouxeram de volta, são e salvo. Fora ela quem o salvou no meio do mar, ela quem o convencera a lutar contra Adar, ela quem o curou após estar a beira da morte. As escolhas de Galadriel tiveram o efeito oposto. Assim como Nori disse anteriormente, não importava para Galadriel quem Halbrand era e o que ele teria feito (e ele avisou que tinha um passado ruim), o que importava eram suas ações e o objetivo deles em comum. E então Sauron propõe que eles salvem juntos a Terra-Média como Rei e Rainha (olha o ship vivo aí)! “Salvar ou governar?”, pergunta a elfa. Para Sauron, elas são a mesma coisa. Galadriel não aceita a proposta do seu inimigo mortal, é claro, principalmente após ele profanar as memórias com seu irmão ao mostrar uma visão em que ela conversa com Feanor, distorcendo as palavras que ele tinha dito. Após ser resgatada do Rio Glanduin por Elrond e com Sauron desaparecido, a elfa corre atrás de Celebrimbor para mudar os rumos da história, mais uma vez. Galadriel sugere para o artesão que o Mithril seja usado para criar 3 anéis para serem usados apenas por elfos, assim não haveria a corrupção causada por um único anel ou a polaridade causada por dois, e sim um equilíbrio entre os três elfos que possuírem as joias. Para que isso seja possível, Celebrimbor pede um sacrífico alto a ser pago: ouro e prata élficos. A elfa então sabe que este sacrifício é seu para ser pago e oferece a adaga que lhe fora entregue de presente por seu irmão, aquela que não conseguiu derrotar o mal mais uma vez ao confrontar diretamente Sauron. Mais uma vez, os elfos da série não aprendem com seus erros passados e Galadriel não conta aos seus companheiros a verdadeira identidade de Halbrand e o seu possível interesse quando ele aconselhara Celebrimbor sobre o que fazer com o Mithril. E então, temos uma belíssima cena em que os três anéis élficos – Narya, Nenya e Vilya – são forjados usando cada um uma joia guardada pelo artesão. Como sabemos para onde a história se encaminha, esses anéis provavelmente serão ainda fonte para muita decepção e dor para Galadriel e os elfos nos acontecimentos futuros da série. Na última cena do episódio, vemos Halbrand já completamente recuperado e chegando a Mordor, e somos então relembrados das palavras de Adar e do rancor de Sauron quando encontrara o pai dos orcs. Pelo visto, Adar não conseguiu terminar o que queria ter feito e isso vai lhe custar tudo. Será que Waldreg vai trair o juramento de lealdade que lhe fizera quando reencontrar seu amado Sauron? Cenas dos próximos capítulos.

Opinião: um season finale de respeito

Com tantas informações novas e plot twists acontecendo, o último episódio de Anéis de Poder traz muitas referências ao lore dos livros e filmes, o que deve ter agradado bastante os fãs. Alguns ainda reclamam que Gandalf não deveria aparecer por essa época, ele só apareceria mais tarde, mas precisamos confirmar ainda que o Estranho é de verdade o mago que amamos. Os créditos com a famosa música sobre os anéis de cada reino e o Um Anel formam uma excelente composição de se despedir da primeira temporada da série. Não sei se fui só eu, mas preciso rever tudo já sabendo o que sabemos agora para ver todos os sinais que tivemos durante os outros episódios que podem ter passado despercebidos. Tomara que a próxima temporada não demore muito, as expectativas estão nas alturas! Veja também Gostou desse texto sobre o sétimo episódio de Anéis de Poder? Veja também a nossa recapitulação e opinião sobre o sétimo episódio da série. Fontes: Prime Video, Esquire

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