A princípio houve uma sensação que, problemas infelizmente ainda comuns da convivência social no universo corporativo, como assédio moral ou sexual, maus tratos físicos ou psicológicos, síndrome de burnout e discriminação, poderiam cessar com o trabalho remoto. Mas o processo resultante do isolamento social provou que os antigos problemas permaneceram e em muitos casos se amplificaram. Atitudes hostis e de assédio contra colegas continuaram ocorrendo, tomando novas formas de serem propagadas, somando-se ao estresse provocado por toda ansiedade que as pessoas passaram a ter. O resultado na saúde mental dos colaboradores que somam a ansiedade de tempos incertos com assédios e preconceitos massificados resultam em uma verdadeira “bomba-relógio” de danos na entrega de tarefas e produtividade como um todo. Se o trabalho remoto aumentou o assédio, quais são os meios pelos quais eles são propagados com o isolamento social? De acordo com a pesquisa da Project Include, ao listarmos as principais ferramentas utilizadas pelas empresas de tecnologia, estas são as porcentagens pelas quais os trabalhadores perceberam situações de discriminação.

chat – 45%e-mail – 41%reuniões por vídeo – 41%ferramentas de produtividade – 25%

Quando se fala em uma relação interpessoal envolvendo discriminação, ela pode ser racial, de gênero, orientação sexual e há relatos de funcionários mais velhos sofrendo assédio por conta de sua idade. Um em cada 10 colaboradores entrevistados declararam sofrer algum tipo de preconceito racial. Destes, 94% eram latinos, asiáticos e, em sua ampla maioria, afro-americanos. Como mencionado anteriormente, as hostilidades entre colegas, chefes e subordinados, são as mais variadas possíveis. Incluísse aí também a percepção de que, mesmo em casa, as pessoas estão trabalhando muito mais do que se estivessem no escritório. 64% relatou que estão trabalhando muito mais horas do que antes da pandemia do COVID-19 e 54% declarou que seus chefes esperam que eles estejam o tempo todo on-line/disponíveis para a realização de tarefas, mesmo em períodos que seriam considerados “folga, finais de semana ou férias” ou “fora do horário de expediente”. E assim como as ferramentas se tornaram um meio de propagar preconceitos, na questão da pressão de vigilância constante do funcionário no trabalho remoto elas também se fazem muito presentes. Há rastreadores de toques no teclado, vídeos do funcionário trabalhando ou capturas de tela registrando suas atividades. As soluções para estas problemáticas incluem um longo trabalho que envolve mudanças na estrutura cultural da empresa. Já é ruim o suficiente vivenciar tudo que está acontecendo com a pandemia, adicionar mais estes traumas na conta emocional do funcionário, além de não ser saudável, resulta em perdas de produtividade e, consequentemente, de lucro para empresa. Infelizmente 35% dos pesquisados afirmou que não confiam que suas empresas darão uma resposta adequada a denúncias de assédio e discriminação. Mesmo assim, toda e qualquer atitude preconceituosa no âmbito corporativo deve e precisa ser denunciada. O silêncio, nestes casos, jamais resultará na tão necessária mudança.

Sobre o Project Include

Fundado em 2015 em São Franciso/Califórnia (EUA), o Project Include tem como missão promover a igualdade no setor de tecnologia, seja de gênero, raça e demais minorias. A organização sem fins lucrativos utiliza coleta de dados e divulgação de pesquisas de conscientização como defesa para acelerar o processo de diversidade e inclusão na indústria de tecnologia. Fonte: Project Include

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