A Bela e a Fera é aquele conto de fadas atemporal que é muito lembrado pela versão adaptada pela Disney. Então como conseguir superar ou fugir da animação da Walt Disney? Para o diretor Mamoru Hosoda, a ideia foi exatamente não fugir, mas, sim, inclinar em direção a ele. Muitas cenas remetem ao longa da Disney. Inclusive, ele teve até mesmo ajuda de um veterano que trabalhou na animação antiga: Jin Kim, designer de personagens. No entanto, Belle de Mamoru Hosoda segue um caminho único, que o difere da versão da Disney, mas que é tão encantador quanto.

Enredo

Belle conta a história de uma estudante do ensino médio, Suzu, que perdeu a mãe quando muito jovem e mal mantém um relacionamento com o pai. Na escola é uma garota tímida e com uma única amiga, mas que vê em uma realidade virtual a chance de ter outra vida. Suzu, quando sua mãe era viva, era apaixonada por música e cantava bastante, mas nunca mais conseguiu cantar depois que ela faleceu. Mas nessa realidade virtual, chamada “U”, Suzu se torna Belle, uma cantora muito famosa. Durante um de seus shows, ela descobre a existência de uma Fera. Um “monstro” que alguns chamam de “desordeiro” que vive perturbando a pacificidade do mundo virtual. Mas diferente de todos, Belle corre contra essas opiniões, querendo saber quem ele é e como pode ajuda-lo. No entanto, as coisas deixam de ser apenas algo da realidade virtual, e passam a refletir a realidade, o que a leva a descobrir algo muito horrível sobre quem está por trás da Fera. Suzu é uma personagem cheia de facetas: insegura, solitária, atormentada pela vontade de expressividade e pela busca de um propósito; é essa tormenta que a leva a desvendar o mistério da origem da Besta. Belle também se trata de um musical e, mesmo que a trilha sonora não acabe no Top 100 da Billboard, as músicas são algo que você vai querer ouvir repetidas vezes. 

A Belle de Mamoru Hosoda

Aqui temos uma nova versão do conto da Bela e a Fera, mas com um toque moderno. A realidade virtual e os problemas que começam a refletir na vida real são os diferenciais. E não apenas isso, mas como Mamoru Hosoda consegue costurar essa história com uma triste realidade de muitas crianças que vivem situações complicadas em casa. Além de também conseguir amarrar tudo isso, trata de forma responsável as questões dos traumas infantis. Esta não é a primeira vez que Hosoda — conhecido por Digimon Adventure, A Garota que Saltou no Tempo e também o indicado ao Oscar, Mirai  — faz referência à Bela e a Fera em seu trabalho. Sua influência também é clara em O Garoto e o Monstro de 2015. Belle, carrega um lado mais sombrio em sua história que pode ser pesado para crianças, mas posso dizer, essa adaptação está altura de qualquer outra adaptação de A Bela e a Fera que você conhece. Mesmo a da Disney, que com certeza é a mais conhecida. A influência da história também se estende ao visual do filme. Enquanto no mundo real temos aquele estilo já conhecido dos animes, o 2D com cores mais neutras, no mundo virtual é usado o CGI desenhado em 3D, fervilhando de cores fantásticas. Uma história estonteante visualmente que reproduz contos de fadas clássicos misturados com um toque de cyberbullying, Belle é uma história tocante, cheia de charme e imaginação. É um filme que quem aprecia animação não vai querer perder. O filme está com 95% de aprovação no agregador de críticas Rotten Tomatoes, indicando sucesso completo. Belle estreou dia 27 exclusivamente nos cinemas.

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