Composto por fortíssimo elenco, Os 7 de Chicago é baseado em eventos reais sobre um dos processos mais notáveis dos Estados Unidos que, com certeza, foi um marco na história contra a brutalidade de policiais. Dirigido e escrito por Aaron Sorkin, por enquanto, vencedor de dois Globos de Ouro, o filme lidera a lista da premiação neste ano. Entenda o porquê.

Sinopse de Os 7 de Chicago

O que antes deveria ser um protesto pacífico anti-guerra (do Vietnã) logo se tornou um confronto brutal com a polícia. Originalmente chamados de “Os 8 de Chicago”, a defesa foi à julgamento por suposta conspiração de início de motim na convenção democrática de Chicago, em 1968. Os 7 de Chicago então mostra acontecimentos do presente e do passado, intercalados com genialidade e fluidez. A lista de rostos conhecidas é longa, mas citando em específico os principais envolvidos, temos: Eddie Redmayne, Sacha Baron Cohen, Joseph Gordon-Levitt, Alex Sharp, Yahya Abdul-Mateen II e uma rápida aparição de Michael Keaton. Saber que o filme se passa pré-anos 1970 surpreende pela atemporalidade de temas e pela (infeliz) falta de evolução da nação norte-americana. O “pior” é ver o quanto os acontecimentos que parecem puramente romantizados e/ou exagerados são fiéis às transcrições do julgamento – em outras palavras, muitas das cenas mais surreais aconteceram de fato. A habilidade de Aaron Sorkin na cadeira de direção (e com as mãos no roteiro) faz com que o espectador compreenda a complexidade de cada etapa do processo, sentindo na pele os dois lados da história. Ninguém é inocentado e você sabe disso. Por isso, mesmo com o protagonismo da defesa, nunca somos deixados de lado ao tentarmos compreender as razões de cada membro do tribunal. Até que o personagem de Eddie Redmayne seja, vez ou outra, dono do melhor arco de desenvolvimento, o protagonismo de Os 7 de Chicago fica com o grupo como um todo. Como imagino que a minoria dos brasileiros (e até dos americanos!) desconhece os detalhes do caso, o longa também serve como uma aula de história que te faz consultar quase que de imediato o Wikipédia para compreender melhor o que não é mostrado.

Trajetória até o Globo de Ouro

O que antes deveria ser de distribuição exclusiva de redes de cinemas americanos em setembro, antes de ir para circuito mundial um mês depois, com o tempo precisou ter os planos repensados com a chegada da pandemia. Em julho foi oficializado o acordo de 56 milhões de dólares da Netflix e, mesmo assim, o filme ainda teve seu lançamento em cinemas selecionados conforme programado anteriormente. No serviço, o filme fez sucesso desde a estreia. Com quase 40% do público classificando-o com 8 estrelas no IMDb (e 10% com nota 10), a recepção de Os 7 de Chicago foi bastante positiva. No Rotten Tomatoes há 91% de aprovação pela audiência e 90% de aprovação pelos críticos especializados; no Metacritic ocorreu quase o mesmo, com 77 pontos de críticos e a nota de 7.6 dos usuários; e, por fim, no Letterboxd temos a média de 3.7 estrelas.

Indicações e apostas

Atrás somente de Mank (também da Netflix), Os 7 de Chicago está no topo da lista de mais nomeações ao Globo de Ouro com 5 indicações. Elas são:

Melhor Filme;Melhor Roteiro – Aaron Sorkin;Melhor Direção – Aaron Sorkin;Melhor Ator Coadjuvante – Sacha Baron Cohen;Melhor Canção Original – “Hear My Voice“, de Daniel Pemberton e Celeste.

Nada surpreende a genialidade de Aaron Sorkin ocupar duas das indicações da noite. Por sinal, o roteiro do foi escrito por ele há quase 15 anos, sem sofrer alterações – o que é tragicômico, por ele caber tão bem com 2020. Sendo uma óbvia indicação nesta temporada de premiações, Sorkin já venceu um Oscar (Melhor Roteiro Adaptado, A Rede Social) e tem dois Globos de Ouro em casa, por seu trabalho em A Rede Social e Steve Jobs. Por enquanto, o diretor perdeu para a fortíssima Chloé Zhao (Nomadland) e, enquanto roteirista, para Emerald Fennell (Promising Young Woman) ao concorrer no Satellite Awards e no Houston Film Critics Society Awards. Dentre todas as premiações as quais Os 7 de Chicago foi indicado até agora, o único a vencer foi o editor Alan Baumgarten. Em relação à categoria de atuação, Sacha Baron Cohen hippie disputa com o psicopata aspirante a serial killer Jared Leto (Os Pequenos Vestígios), o Pantera Negra Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro), o “paizão” Bill Murray (On the Rocks) e o cantor Leslie Odom, Jr. (Uma Noite em Miami). Por coincidência, além de ator coadjuvante em Chicago, Sacha também concorre ao prêmio de melhor ator por Borat: Fita de Cinema Seguinte. Além do Globo de Ouro, Os 7 de Chicago está indicado a uma dezena de outros prêmios e já tem lugar reservado no Oscar. A lista de maior respeito é a de indicações no Critics’ Choice Awards, com o justíssimo Melhor Conjunto de Atuação e melhor edição, junto às outras categorias principais como as do Globo. Os 7 de Chicago está disponível na Netflix. Para conferir outros filmes indicados, vale a pena ficar ligado na nossa cobertura do Globo de Ouro 2021!

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