Em 2020, estes streamings estão ainda mais acessíveis graças aos streaming players como Mi TV Stick e Roku Express –basta ter uma entrada HDMI na TV para eles funcionarem. Ambos são lançamentos de alta qualidade para servir como concorrência com o dispositivo da gigante Google, o Chromecast, que permite conexão via celular, direto na TV. Diferente dele, o Roku Express e o Mi Stick possuem controles remotos e uma interface mais intuitiva para aqueles que buscam por uma navegação fluida, sem depender de smartphone. Mas será que eles são tão parecidos assim? Para responder essa questão, testamos os dois modelos. Neste review, te contamos a performance, a disponibilidade de apps e outros pontos importantes para te ajudar a decidir qual será melhor para você.

Design e destaques

Uma novidade entre TVs e dispositivos de streaming, o Roku Express chegou ao Brasil no mesmo ano da vinda do sistema Roku por aqui, que aconteceu em janeiro. Ideal para telas HD e Full HD, ele tem as tecnologias de som DTS Digital Surround, Dolby Audio e Dolby Atmos (com pass-through via HDMI), o que garante uma ótima qualidade de transmissão para milhares de séries e filmes. Alguns dos destaques são o fácil setup, como discutiremos na sequência, e a atualização automática do sistema. O Roku tem aplicativo próprio para iOS e Android, cujo ponto forte é pode ouvir o áudio (em até 4 dispositivos independentes) direto pelos fones do celular, sem atrapalhar quem estiver por perto. Tratando de design, o produto merece total reconhecimento por ser bastante compacto, mesmo que funcione via infravermelho pelo controle remoto. A caixinha arredondada deve ser acoplada perto da TV com auxílio da fita adesiva, um look discreto que combina com o plástico fosco e com sensores de televisões LCD tradicionais.
Já o Mi TV Stick tem no próprio nome o pilar de seu design: ele é um stick, portanto basta “espetá-lo” na entrada HDMI da TV. Por conta disso, ele só tem um cabo de energia USB, com opção de poder ser conectado na tomada. Basta só ter cuidado com o posicionamento da sua TV, pois se ela somente tiver entradas traseiras retas (e não laterais) e estiver na parede, talvez o espaço do suporte não comporte o dispositivo plugado — ele deve ter pelo menos 10 cm. O produto conta com 5.1 GB livres de memória para instalar qualquer aplicativo disponível, o ótimo sistema Android TV e a potência da GPU “3+2 core” (além do 1 GB de RAM) para uma navegação fluida. Outro ponto importante é a opção de controlar muitas de suas funções por meio do assistente de voz Google Assistente direto do controle. Assim como o Roku Express, também suporta áudio DTS e Dolby Digital.

Controles

De perfil baixo e esguio, o controle do Mi TV Stick funciona sem problemas e sem a necessidade de “mirar” no receptor — por dispor da conexão Bluetooth. São 14 botões, sendo: 4 direcionais, atalho para Netflix e Prime Video, tecla “OK”, aumentar/diminuir volume, on/off, ativação do Google Assistente e três teclas de navegação do menu (menu sobreposto aos apps, voltar opção e “home”). Tem cores vivas – perceptível se comparar o “branco e vermelho” da Netflix, sendo este o único atalho comum entre este e o concorrente. Além disso, percebe-se um feeling ótimo das teclas. Em especial nos atalhos, parece que houve uma impressão colorida com relevo direto nos botões do controle, que resulta em um acabamento bem elegante. O fato do Mi ter botões de volume pode agradar alguns. Por um lado, a diferença de volume entre canais de streaming ou programas consegue ser melhor ajustada na troca rápida. Por outro, para os apps mais baixos você precisará primeiro aumentar o volume do produto e só após controlar o volume da TV — situação eliminada quando você só precisa focar no volume da televisão. Por questão de praticidade, a ausência de pilhas junto do pacote do controle decepciona, já que este é essencial para setup do dispositivo – principalmente em “ano de pandemia”, uma ida à esquina comprar pilhas poderia ser evitada com a adição na embalagem de um par genérico. O controle do Roku Express é fosco e áspero, com recorte quase ergonômico para um dedo indicador na parte de trás. Possui teclas emborrachadas, o que pode ser um mal sinal a longo prazo – por acumular manchas e sujeira muito mais fácil do que as teclas plásticas. Em relação a conforto, realmente este acaba sendo um ponto forte. Tem 16 botões: 4 setas direcionais, “OK”, Home, Voltar (nos menus), Opções (*), tecla de Replay instantâneo, play/pause, avançar/retroceder e quatro atalhos de streaming, com Netflix, HBO Go, Google Play e Globoplay. Ainda vem acompanhado de 2 pilhas Duracell gringas. Curiosamente, enquanto testei as funções do sistema, uma coisa que me peguei pensando (mais do que deveria) é a utilidade da fita roxa de tecido com o logotipo Roku localizada na base do controle. Presa na tampa do compartimento para as pilhas, ela não só deixa de ser útil como também atrapalha: a depender da forma que você manipular o controle, a “quina” da faixa dobrada pode ter fricção com a mão. De forma estética e prática, uma adição nada boa.

Montagem e configuração inicial

Um detalhe chamativo do Roku Express é que ele deve ser posicionado direto nas bordas da sua TV. Sua embalagem vem acompanhada de uma fita adesiva resistente (daquelas grossas “tipo 3M”), com sugestões de posicionamento da caixinha explicados no próprio manual. Para plugá-lo à televisão, basta ligar o HDMI para sinal de vídeo e o USB para energia. Em sequência, há telas de: seleção de idioma, login na rede Wi-Fi, atualização obrigatória do sistema, detecção do tipo de tela (no máximo Full HD) e a sugestão de associação à conta Roku. Quando fizer o login por um celular próximo, um susto repentino é a aparente necessidade de inserir seus dados de cartão de crédito, mas ao descer a página você encontra a opção de pular esta etapa. Após isso, ele atualiza (novamente) com os canais pré-instalados. Da mesma forma que o citado acima, o Mi TV Stick deve ser conectado à TV via HDMI, junto do USB. A diferença é que o HDMI está embutido no “stick” sem precisar de segundo cabo. Você também pode escolher plugá-lo na tomada para energia, pois ele vem acompanhado do adaptador – mesmo que o cabo de conexão seja curto demais, a meu ver, para a maioria dos cenários de posicionamento de uma televisão em um rack. A configuração inicial do Mi sugeriu associação ao app Google para “detectar dispositivo”, que infelizmente não funcionou. Inclusive tentei uma segunda vez após religar o aparelho e encerrar o aplicativo no celular, mas o erro persistiu. Após prosseguir e aceitar aproximadamente uma dúzia de termos (tanto Google como Xiaomi) e selecionar canais adicionais para instalar, houve uma opção de sincronia via site do Android TV, onde a conexão foi ótima. Por fim, antes de ter acesso a todas as funções, houve a opção (note que, de antemão foi opcional) para atualizar ao Android mais recente com um download de 600 MB.

Interface

O Mi TV Stick transforma sua televisão em uma Android TV, um ponto-chave do produto, pois muitos não podem desfrutar de uma smart TV assim. Fabricantes podem optar por sistemas operacionais próprios, como a LG (webOS) e a Samsung (Tizen), enquanto algumas como a Sony, que lançou recentemente uma 8K no Brasil, optam pelo tal Android. A vantagem é a praticidade junto de apps familiares a quem tem um smartphone com o sistema. Assim que você ligar sua TV, o Mi demora entre 25 e 30 segundos para ficar 100% operacional, no “loading” tradicional do logotipo Android para sua inicialização. A pesquisa de itens pode ser feita por voz ou por digitação. Este é um ponto importantíssimo, pois particularmente um dos piores erros de interface em televisões é o teclado. Raras vezes um aplicativo dá a opção de sincronizar com aplicativo do smartphone ou de realizar login via inserção de código em um link do navegador (só pelo Prime Video!). O botão “Menu” do controle, representado por uma grade de quadrados, abre uma aba sobreposta ao aplicativo atual sem precisar sair da atividade em questão. Ele mostra sugestão dos apps instalados e, na base da lista, os jogos. É um acesso fácil, da mesma forma que os discretos menus das smart TVs com os sistemas que citamos acima. O sistema operacional Roku lembra a interface de bluray players modernos, bem como o de algumas operadoras de TV à cabo. Por isso, é básico e muito acessível para quem busca um primeiro mergulho no mundo dos produtos smart, seja com o Roku nativo da TV ou por meio do dispositivo Express. Tem quatro itens da Home: Tela inicial (apps preferidos), Pesquisar, Canais de streaming e as Configurações. “Tela inicial” e “Pesquisar” mostram exatamente estas funções, enquanto “Canais de streaming” traz os itens já instalados e outros em destaque. Em seguida há a lista de novidades, recomendados, itens grátis, pesquisa (novamente, agora dentro do submenu) e o catálogo completo separada por gênero. Ao invés de apps, o sistema operacional tem canais próprios feitos para ele. O Roku Express se distancia com opções de personalização, pois o usuário consegue configurar um tema, dentre uma lista de 40 itens que inclui papéis de parede de natureza, animais, orgulho LGBTQ e das séries Sons of Anarchy e Star Trek. O que melhor funcionou foi o Graphene, como se fosse um modo noturno, aconchegante.

Aplicativos e performance

Todos os canais mais mainstream de streaming (Netflix, Globoplay, HBO Go e Apple TV) funcionaram bem e nunca tiveram queda de performance no Roku. O número de canais dentro das categorias pode surpreender por passar da casa da centena, mas muitos deles são quase um clickbait. O exemplo mais cômico que encontrei foi um dos primeiros itens do gênero de comédia, o “Friends Reunion“, com uma imagem da série Friends em destaque. Duvidando que fosse oficial, baixei e dei play. Aleatoriamente, abriu um canal dedicado a vídeos de crianças brincando com animais — o que está longe da premissa da série. Arrisquei baixar um dos canais de filmes independentes de terror e o conteúdo seguiu com a qualidade questionável: o primeiro dos filmes era de baixíssimo orçamento e resolução péssima de imagem. Diferente do sistema Android, onde pode-se arriscar explorar aplicativos novos, na Roku você precisa ficar longe. Felizmente, os canais de nomes mais conhecidos, mesmo que underground, funcionaram sem travar. Na troca de canais, é uma pena o Roku não se sair muito bem. Mesmo que um app esteja aberto (HBO Go, por exemplo) e você mude para outro com o atalho do controle (Netflix), ele te força a retornar para o menu inicial por uma fração de segundo, pois há um flash do papel de parede, para só então trocar de canal. Se fizer isso enquanto estiver vendo um filme, o canal é encerrado e a reprodução também. O botão de “replay” do controle retrocede 20 segundos em um reprodutor comum de vídeo, número pouco comum para aqueles habituados com os replays de 10 segundos do YouTube, HBO e Prime Video. As setas de avançar e retroceder do controle te deixam navegar pela linha do tempo, com um detalhe de miniatura do conteúdo, acima do contador de tempo. Para “confirmar” a ida até o trecho selecionado, de forma nada intuitiva, você deve apertar a seta para baixo (ao invés do play ou de “ok”). Dado que o Mi TV Stick tem sistema Android, um bom começo de testes de performance foi com games. Instalei dois jogos no sistema: Badland e Crossy Road. O primeiro funcionou bem, com queda de frames (previsível, dado que o sistema tem GPU e processador básico), e o segundo infelizmente não funcionou — a primeira tela é de confirmar a idade via teclado numérico na tela que deveria ser touch. Estranho é Crossy Road ainda estar no topo dos games recomendados para Android TV. Por via das dúvidas, resolvi testar a conexão do Stick com um controle de videogame sem fio, mais especificamente o de PlayStation 4. Dado que já pareei o mesmo com tablets e celulares em diversas versões do sistema operacional, acreditei que funcionaria. E ele até é detectado, sua luz pisca e se mantém acesa após uma suposta “conexão bem-sucedida”, mas logo em seguida o Android perde o contato. Os aplicativos da Netflix e Prime Video pareceram idênticos aos de smart TV, um ponto fortíssimo para o Mi TV Stick. O app do Crunchyroll funcionou como de costume, mesmo que eu tenha sentido uma leve demora a mais entre o tempo de cada episódio ser iniciado (contas gratuitas possuem propagandas antes de cada programa). Quando intercalei a troca de aplicativos, relatei uma performance peculiar. Entre Netflix e Prime Video, por atalhos do controle, a tela ficou apagada por 5 segundos, antes da seleção de perfil. Após ambos iniciados, a troca é instantânea. A assistente de voz é bastante inteligente em certos casos, porque relaciona o aplicativo aberto ao tipo de resultado exibido. Por exemplo, ao dizer “filmes de comédia” com a Netflix ao fundo, ele mostra uma lista de filmes disponíveis no catálogo respectivo – o mesmo aconteceu com o Prime. Bizarramente, se você disser um título específico ele pode variar resultados. Stranger Things surgiu com sugestão da Netflix (até com app fechado), Capitã Marvel vem com opção de aluguel na Google Play (mesmo com Prime aberto e o filme no catálogo), o exclusivo The Boys aparece com sinopse e reviews do Rotten Tomatoes e The Office (hoje, no Prime) leva ao atalho do canal no YouTube. Falando sobre multitasking, o Mi TV Stick decepciona. Durante a reprodução de vídeos, o sistema torna-se um teste de paciência. Foram mais de 40 segundos até a barra inferior do Google Assistente surgir na tela e o reconhecimento por voz ser ativado. Pior que isso, a depender do app, o reprodutor de vídeo pode ficar sem legendas neste intervalo de tempo, sem possibilidade de interromper o conteúdo. Depois de uma simples pergunta “que dia é hoje?” aguardei 20 segundos até ter a resposta (somente em texto, pois a voz resolveu não funcionar). Em seguida, fiz uma segunda pergunta para a qual nunca tive resposta, já que o assistente fez a animação de “pensar” e se encerrou de supetão. E nestes testes, tive mais sorte com a Netflix do que com o Prime, porque o app pareceu ser mais otimizado e o tempo de resposta entre comandos foi menor. Em contraste, certas vezes foram pelo menos 10 segundos entre apertar o botão do controle e a reprodução ser pausada (no Prime Video), mesmo que ele mostrasse a animação de “pause” no meio da tela. De qualquer forma, o carregamento do conteúdo aconteceu de maneira fluida ao longo de todo o período de testes, então reconheço ser problema de performance, não de estabilidade da internet com a conexão do Mi.

Quem leva a melhor: Roku Express ou Mi TV Stick?

Atualmente, no Brasil, pode-se encontrar o Mi TV Stick por R$450, enquanto o Roku Express sai por cerca de R$350. A começar por comparativo de valores, temos uma diferença considerável para quem busca uma saída mais econômica (e vai optar pelo Roku). A tecnologia de assistente de voz e o próprio sistema do Mi expressa de forma clara sua superioridade, que anda lado a lado com o preço. Uma pena é a interface ser muito boa para uma performance mediana, que requer um “jeitinho” certo para ser controlada. Quem possui uma smart TV desatualizada e sente falta de alguns apps pode ver vantagem em adquirir o produto da Xiaomi, justamente por ele poder transformá-la em uma Android TV. Já o Roku Express, por sua vez, casa melhor com o usuário que não está acostumado às funcionalidades de uma smart TV e quer acesso rápido aos serviços de streaming favoritos. O controle infravermelho deste também traz uma utilização familiar para habituados a dispositivos de TV à cabo. Qual dos dois será mais bem aproveitado por você, o Roku Express ou o Mi TV Stick? Conte para a gente nos comentários!

Especificações Técnicas

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