Evolução das TVs
Antes de passarmos para o tema principal deste artigo, vamos entender um pouco como funcionam as TVs com tecnologia anterior às hoje populares TVs LED e aquelas que nem mais utilizam uma fonte de iluminação traseira para gerar imagens. A história dos televisores é antiga e iniciou com as TVs CRT, com suas características e limitações visuais, até chegar a telas que exibem cada vez mais recursos e qualidades, principalmente com o uso da função HDR e ampliação da resolução para até 8K. Algumas imagens entregam tamanha perfeição que parecem até mesmo ultrapassar a qualidade vista no mundo real pelos nossos olhos!
CRT
Comecemos pelas TVs CRT (Cathode Ray Tube, ou Tubo de Raios Catódicos, em português), as populares “TVs de tubo”. A TVs CRT tiveram início comercial nos anos 1930 e dominaram o mercado de televisores até os anos 90. Seu funcionamento se dava através do canhão eletrônico — existente em três quantidades (RGB) nas TVs coloridas —, um par de bobinas e uma tela, que possui um revestimento interior composto por fósforo.
LCD
Já as primeiras TVs LCD (Liquid Crystal Display, ou Display de Cristais Líquidos em português) vieram logo depois e eram caracterizadas por possuírem uma tela fina composta por cristais líquidos — que fica localizada entre duas chapas de vidro —, e é controlada através de impulsos elétricos. Elas têm sua iluminação feita por uma lâmpada fluorescente (CCFL) para garantir a reprodução de cores no painel.
LED
Para substituir as lâmpadas fluorescentes das TVs LCD, vieram as TVs LED, que utilizam fontes de luz LED (uma iluminação de diodos de luz) localizada na parte traseira (backlight), bem atrás da camada de tela LCD. Além de melhorar a qualidade de imagem das TVs com a tecnologia de luz LED, elas consomem menos energia e são, portanto, mais econômicas. Contudo, o vazamento de luz nas laterais e o menor contraste e nitidez (com brancos e pretos pouco profundos e fiéis) destas TVs possibilitaram a criação de uma nova subcategoria de TVs LED, que usam o poder das partículas a seu favor, representadas pelas TVs QLED e NanoCell.
QLED ou NanoCell, qual a diferença?
E aí chegamos a um modelo melhorado de TVs com telas LED que utilizam pontos, ou partículas, para auxílio na correção de imagens, que são as TVs QLED ou NanoCell. Ambas possuem características semelhantes, como o uso dos nanocristais que podem ser ativados ou desativados individualmente para gerar cores ainda mais precisas e puras, porém, continuam tendo a necessidade de uma iluminação traseira (o backlight). O fato destas tecnologias controlarem cada pixel de maneira individualizada garante, em comparação aos modelos anteriores, uma profundidade e maior detalhamento de cores, luzes e sombras. A atuação destas tecnologias baseia-se na filtragem de cores, permitindo uma maior fidelidade no resultado final, além de auxiliar na melhora de aspectos como o brilho e contraste. Vejamos agora as principais características de cada um destes modelos, QLED ou NanoCell.
Como funciona a TV QLED?
Primeiramente, vamos detalhar o funcionamento de uma Smart TV que utiliza a tecnologia QLED. A Samsung é a representante maior desta tecnologia que iniciou em 2017 e utiliza a tecnologia dos Pontos Quânticos (Quantum Dots), também disponível em TVs da marca TCL. Os Pontos Quânticos são cristais, de materiais semicondutores ultrafinos e microscópicos (de 2 a 10 nanômetros, 20.000 vezes menores que os fios de cabelo), que podem emitir cores individualmente ao serem iluminados, totalizando, em conjunto, a geração de mais de um bilhão de cores. Estas TVs, ainda que utilizem a iluminação traseira (backlight), possuem uma camada à frente do painel de LCD que contém estes pontos quânticos e atuam reproduzindo cada um uma cor, a depender de seu tamanho. Sendo assim, TVs QLEDs atuam oferecendo um volume de cores visíveis maior, auxiliando na geração de conteúdo HDR vibrante. Aqui, a luz colorida é mais precisa devido ao ajuste de velocidade que funciona no nível quântico. Essa maior eficiência na luminância pode aumentar consideravelmente a qualidade da imagem. Existe um fator a se considerar em TVs QLED, que são o seu painel VA. Os painéis VA (Vertical Alignment) encurtam o ângulo de visão, tornando-o mais limitado (podendo gerar uma névoa cinza a quem assistir a partir de um ângulo mais extremo). Entretanto, possuem maior contraste e deixam o preto mais profundo. São TVs mais indicadas para salas mais escuras. No entanto, alguns modelos de TV QLED possuem recursos para aumentar o ângulo de visão e tratar o reflexo. Modelos como a Neo QLED (que usa mini-LED no backlight — podendo se agrupar em maior quantidade nas zonas de escurecimento, aumentando ainda mais o contraste — e aumentam o ângulo de visão) e a QNED (da LG, que combina os Pontos Quânticos com a tecnologia NanoCell), são só alguns dos exemplos de melhorias.
Vantagens da TV QLED
Entre as principais vantagens de uma TV QLED, estão:
Permite brilhos mais elevados;Entrega um melhor contraste e preto melhor que a NanoCell;Menos propensa a sofrer com o efeito Burn-in que as OLEDs.
Desvantagens da TV QLED
Já quanto às desvantagens de uma TV QLED, compõem-se de:
Ângulo de visão mais limitado que as TVs NanoCell.
Principais Smart TVs QLED para comprar
Samsung Smart TV 65 polegadas QLED 4K 65Q65B (2022): R$ 5,545,06Samsung Smart TV 43 polegadas QLED The Frame 43LS03B (2022): R$ 4.999,00Samsung Smart TV 65″ QLED 4K 65Q70A (2021): R$ 5.469,00
Como funciona a TV NanoCell?
Com a QLED da Samsung lançada e sua superioridade em relação às TVs LED convencionais, a LG também embarcou no sistema de uso de partículas para auxiliar na reprodução de imagens e trouxe para o mercado as suas TVs NanoCell, utilizando os nanocristais — partículas de 1 nanômetro que, quando juntas, criam uma imagem uniforme de qualidade elevada e precisa que se ajusta a diferentes ângulos de visão. Trata-se de uma tecnologia mais recente que, colocada à frente de um painel de LCD, possibilita a filtragem de cores impróprias para torná-las mais puras e entregar o RGB puro. As partículas nano utilizam um filtro de absorção de luminosidade (tecnologia de bloqueio de luz) para remover sombras e cores opacas e indesejadas, realçando as cores e deixando-as mais puras, vivas, naturais e com maior nitidez. Outra qualidade está no painel IPS (In-Plane Switch) presente nas TVs NanoCell, capaz de ampliar o ângulo de visão. Além disso, as TVs com IPS ajudam a diminuir o reflexo de janelas ou lâmpadas e, portanto, são melhores para salas iluminadas, diferentes da concorrente Samsung e sua QLED. Em contrapartida, as TVs NanoCell entregam um preto pouco profundo e vibrante e, por conta da luz de fundo, o preto ou ponto cinza acabam sendo visíveis em ambientes escuros. É importante ressaltar que alguns recursos estão presentes nestas TVs NanoCell com o objetivo de melhorar pontos antes prejudicados. Entre eles, está a tecnologia Full Array Local Dimming que aumenta o contraste e atua na luminosidade das cenas de maneira inteligente, melhorando também os pretos.
Vantagens da TV NanoCell
Entre as principais vantagens de uma TV NanoCell, estão:
Ângulo de visão mais amplo com o painel IPS;Melhor para salas iluminadas.
Desvantagens da TV NanoCell
Já quanto às desvantagens de uma TV NanoCell, compõem-se de:
Entrega um preto pouco profundo;Menor qualidade de contraste que a QLED.
Principais Smart TVs NanoCell para comprar
Smart TV LG 55” 4K NanoCell 55NANO80SQA (2022): R$ 3.299,99Smart TV LG 50” 4K NanoCell 50NANO75SQA (2022): R$ 2.729,00Smart TV LG 65″ 4K NanoCell 65NANO75SPA (2021): R$ 5.294,00
Qual escolher: QLED ou NanoCell?
Fica então a dúvida sobre qual SmartTV escolher, QLED ou NanoCell. Apesar das diferenças e vantagens descritas acima, nem todas elas são iguais. Algumas contam com características adicionais que impulsionam recursos mais baixos — como diferenças na iluminação traseira — e uso de determinadas tecnologias, tornando-as compatíveis com seus concorrentes. No fim, ambas as TVs, QLED ou NanoCell, apoiam-se na reprodução mais fiel de cores. Algumas diferenças são visíveis ou mais preferíveis para alguns usuários do que para outros e, portanto, cabe a ele escolher a tecnologia mais ideal, de acordo com a utilização e suas preferências. Um teste com uma das TVs em aplicações mais utilizadas pode também ser uma boa pedida para realizar a escolha final.
E as OLED e MicroLED? São melhores?
Sim, porém mais caras, as TVs OLED e MicroLED, representantes maiores nas marcas LG e Samsung, respectivamente, adicionam ainda mais qualidade ao funcionamento das TVs. Este seria um assunto comparativo para outra matéria, mas, por enquanto, vejamos algumas das principais características de cada uma destas TVs.
OLED
A tecnologia OLED (Organic Light Emitting Diode, ou seja, Diodo Emissor de Luz Orgânico) utiliza pixels/diodos orgânicos (menores que os LED) que emitem a própria luz individualmente, não precisando mais de painéis traseiros de iluminação. Razão pela qual TVs com esta tecnologia apresentam um design ultrafino. As TVs OLED transmitem um contraste mais vívido e também têm a capacidade de permitir a visualização em mais ângulos ao redor da tela. É também capaz de entregar o verdadeiro preto — em razão da luz não escapar para as bordas e cada pixel se iluminar de forma separada —, mas, em contrapartida, são bem mais caras e contam com uma vida útil menor que as TVs LCD e LED. Além disso, as TVs OLED acabam por possuir mais chance de gerar o famigerado efeito burn-in (marca de borrão), que acontece quando uma imagem fica muito tempo parada em determinado ponto, algo típico em jogos de videogame.
MicroLED
Já as TVs que contam com a tecnologia MicroLED possuem recursos parecidos com a OLED, trazendo o verdadeiro preto e contraste infinito. Ao contrário das OLED, utilizam material inorgânico para produção de luz (nitreto de gálio – GaN), o que garante a elas uma vida útil maior e telas mais finas que a OLED, além de ainda gerarem um menor consumo de energia. São, portanto, tecnologias mais caras no mercado. Saiba mais: Conheça mais sobre as próximas tecnologias em TVs que irão dominar o mercado. Fontes: Tvhifipro, buscapé, CompreSua_TV, Oficina da Net, ReviewTV, WePC, tvfindr, VSS Monitoring, MUO, Energia Inteligente, Mundo Educação, Hardware Central